sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Em continuação do assunto HOMOSSEXUALIDADE.

Dessa vez tivemos o apoio da Querida amiga mineira LU do CVDEE, vamo ver:
A sexualidade (e suas diversas manifestações/vivências) têm sido tema de estudos e análises não apenas por parte dos estudiosos encarnados, mas também pelos desencarnados. Como em relação a vários outros temas, o aprendizado é constante, e conforme amadurecemos como espíritos, nossa compreensão se amplia, nossos preconceitos diminuem e nossa conduta se torna mais moralizada.
O Espírito não tem sexo. Possui uma polaridade sexual, adquirida pelas suas vivências sexuais nas diversas reencarnações. As definições de sexo masculino ou feminino não são portanto absolutas, do ponto de vista espiritual, uma vez que o Espírito possui vivências em ambos os sexos ao longo do seu processo evolutivo. Para a grande maioria dos Espíritos, há preponderência de um ou outro aspecto da sexualidade, em determinado ponto da jornada evolutiva.
Como a heterossexualidade, a homossexualidade pode ser encarada sob vários aspectos. Desde de o indíviduo sentir-se com a sexualidade invertida em relação ao corpo físico (transexualidade) até a práticas sexuais ativas ou passivas com individuos do mesmo sexo biológico, o leque de experiências que são colocadas sob a denominação de "homossexualidade" é grande. Cuidados devem ser tomados ao se falar sobre o tema, pois o conceito que o expositor apresenta pode não ser idêntico (e geralmente não é) ao conceito que o ouvinte traz consigo.
Como espíritas somos orientados a respeitar o próximo em todas as situações.
"Respeitar", neste contexto, significa compreender que cada criatura é dotada de livre-arbítrio, consciência e traz sua própria bagagem espirtual, bem como é responsável por suas vivências e as consequencias das mesmas.
"Respeitar", no entanto, não é concordar, aceitar, ou se omitir. Podemos ter opiniões diferentes e manter o respeito.
Infelizmente, como ocorre com vários grupos de pessoas (e espíritos) que sofreram a discriminação repetidas vezes, às vezes em mais de uma encarnação, a bandeira da liberdade é levantada de forma ostensiva, e utilizada quase como arma. Tem sido comum que grupos homossexuais (organizados ou não) se utilizem do mesmo mecanismo discriminatório em relação aos heterossexuais a fim de estabelecerem seus pontos de vista e , também, no caminho contrário os heterossexuais (organizados ou não) se utilizam do mesmo mecanismo discriminatório, cada qual com suas justificativas ou entenderes.
É certo que o preconceito ainda existe e é muito grande, mesmo nas fileiras espíritas. No entanto, não é através da pura e simples "aceitação" que a questão será encaminhada, senão pelo "respeito". Em matéria de sexo, a maioria de nós ainda somos enfermos, de uma ou de outra forma, e estabelecer a enfermidade como norma apenas porque é a situação da maioria, será um grande equívoco, semelhante aos que já cometemos em vidas anteriores.
É preciso mais estudo, compreensão e uma certa "visão superior" a respeito do tema. A maioria das pessoas nada sabe de sexo, do ponto de vista espiritual, e está mergulhada nas idéias milenares - apoiadas por uma imensidão de espíritos também ignorantes do assunto.
Não é um assunto para ser contra ou a favor, quando analisamos individualmente. A conduta sexual de cada um, como a conduta intelectual, a conduta moral, a conduta emocional, são peças delicadas sob a responsabilidade de cada individualidade. O que o esclarecimento trazido pela Doutrina Espírita nos permite é ampliar um pouco a nossa visão, não a deixando limitada aos prazeres (e dores) associados à matéria.
Coletivamente, ainda precisamos melhorar muito nossa percepção, pois a conduta social e as leis espelham a consciência coletiva (ou a falta dela).
No entanto, somos chamados, sim, a colaborar no esclarecimento coletivo, sempre que possível. Qualquer um que tenha estudado a evolução histórica sabe que as leis avançam em exagero, para depois retrocederem em exagero, para tornarem a avançar, num movimento ritmico característico da evolução coletiva.
Não há dúvidas de que a homossexualidade (assim como a heterossexualidade) pode ser vivida e experienciada dentro das linhas do equilíbrio. Mas tanto num caso, quanto noutro, são raros os exemplos. No caso da homossexualidade a situação se complica por existirem outros tipos de coerção (principalmente social) a influenciarem o relacionamento afetivo. Em contrapartida, em muitos relacionamentos heterossexuais o suposto equilíbrio é mantido pela omissão ou subjugação (emocional e às vezes física) por parte de um dos parceiros.
Enfim, o que é necessário é um ambiente onde se possa ser favorável à conduta homossexual, mas também onde se possa ser contrário a mesma. Onde a pessoa não seja criticada por não concordar com condutas ou práticas homossexuais. Onde não seja tida como retrógrada ou atrasada por não aceitar determinadas condutas públicas que seriam censuráveis mesmo em um casal heterossexual. Onde não seja acusada de fanática, reacionária, recalcada, preconceituosa ou mesquinha por não se permitir - em sua estrutura mental, emocional ou cultural - concordar com as teses defendidas de formas variadas pendentes para um lado ou para o outro.
O respeito, que todos queremos receber, mas que precisamos vivenciar, deve sempre ser mútuo.
Mesmo porque, independentemente da sexualidade ou da aceitação de experiência a nível da sexualidade, todos nós somos imperfeitos, todos nós erramos e acertamos, todos nós estamos buscando, de uma forma ou de outra, evoluir.
O Espiritismo é claro quando diz que o progresso da civilização passa, necessariamente, pela abolição de toda e qualquer forma de preconceito.
Jesus disse : Amar a Deus sobre todas as coisas, mas Ele também disse amar ao próximo como a si mesmo.
E amar o próximo implica em simplesmente amar, sem ver condições para que esse amor possa existir; não há diferença no próximo: nem de cor, nem de religião, nem de vivências sexuais, nem de posições sociais, nem de evolução, ou seja, amar incondicionalmente todos o(s) Espírito(s) que caminha(m) junto conosco em busca do progresso , do crescimento, da evolução.
Embora Amar não implique, evidentemente, em deixar de corrigir com compreensão, com paciência, com amor, os equívocos, as más tendências, os erros; mas isso vale da mesma forma para todos, independente de quaisquer opções/vivências/experiências sejam em que níveis forem.
Os tropeços evolutivos também são assim: não escolhem por raça, sexo, religião, posição social; nenhum de nós escapa de equívocos e eles ocorrem de forma não discriminada porque eu sou isso e você é aquilo, mas simplesmente porque todos nós estamos em um mesmo processo evolutivo, sem exceção, ainda que em graus evolutivos diferenciados, cada qual vivendo seu momento, sua experiência necessária, seu aprendizado.
A educação, o respeito, a corrigenda, a compreensão, o amor, enfim tudo tudo vale para todos, independentemente da vivência sexual (o que vale também não só para a vivência sexual, mas também para a questão racial, questão financeira, questão social, ou quaisquer outras formas de discriminação e preconceito que , infelizmente, ainda existem).
É fácil? Dentro do modelo de sociedade que vivemos, que nos encontramos, não. Não é fácil para ninguém: nem para o homossexual, nem para a sua família , nem para nós que já temos um grau intelectualizado da questão, mas que ainda não praticamos de verdade verdadeira, embora creia que muitos de nós já tenha superado a fase de preconceito e de discriminação buscando viver a fase do amor , mas uma boa parte ainda não chegou a este momento(mas a estes, que ainda não chegaram a este momento, não podemos deixar de respeitá-los pela visão diferente da nossa e por causa do seu momento, o respeito é necessário sempre e em todas as circunstâncias).
Lembrando que cada um de nós (ou seja, todos nós sem exceções) terá computado em sua evolução , ou em seu processo evolutivo, o conjunto de sentimentos, pensamentos, ações e atitudes que tenhamos: voltaremos, homossexuais e heterossexuais, para reequilibrar e reajustar onde erramos; intensificar e fortalecer onde acertamos.

Lu Francis.

Bibliografia

(1) Vida e Sexo. Espírito Emmanuel/Francisco Cândido Xavier. cap.21 - Homossexualismo

(2) Sexo e Destino. Espírito André Luiz/Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. 2¦ parte - cap. IX

(3) Evolução em Dois Mundos. Espírito André Luiz/Francisco Cândido Xavier - Waldo Vieira. 1¦ Parte - cap.

XVIII - Sexo e corpo espiritual.

(4) Quem tem medo dos Espíritos? - Richard Simonetti - cap. "Inversão Sexual"

(5) Forças Sexuais da Alma - Dr. Jorge Andréa - cap. "Intersexualismo. Transexualismo e Mudanças de Polarização Sexual em face da Reencarnação. Homossexualismo."

(6) Livro dos Espíritos - Allan Kardec - questão 202 - Trad. Herculano Pires

(7) Evolução em Dois Mundos. Espírito André Luiz/Francisco Cândido Xavier - Waldo Vieira. 2¦ Parte - cap.

XII - Diferenciação dos sexos.

(8) No Mundo Maior - Espírito André Luiz/Francisco Cândido Xavier - cap. 11 - Sexo

(9) Ação e Reação - Espírito André Luiz/Francisco Cândido Xavier - cap. 15 - Anotações Oportunas

(10) O Problema do Ser, do Destino e da Dor - Leon Denis - cap. XIII - As vidas sucessivas. A reencarnação e suas leis

(11) Nos Bastidores da Obsessão - Espírito Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo P. Franco - cap. 8 - Processos obsessivos

(12) Dramas da Obsessão - Espírito Dr. Bezerra de Menezes/Yvonne A. Pereira - 1¦ parte - cap. V

(13) No Limiar do Infinito - Espírito Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco - cap. 9 - Sexo e Reprodução

(14) Espírito, Períspirito e Alma - Hernani Guimarães Andrade - cap. 10 - Considerações Finais

(15) Educação e Vivência - Espírito Camilo/José Raul Teixeira

(16) Sexo e Obsessão _ Espírito Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo Franco _ cap. 15 _ Sexo e Obsessão

(17) Loucura e Obsessão - Espírito Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo Franco _ cap. 6 _ Destino e Sexo

(18) Homossexualidade, Reencarnação e Vida Mental - Walter Barcelos, editora Didier